O Clube lançou nesta domingo (16) uma nova camisa histórica. Em parceria com a Liga Retrô, chegou ao mercado a camiseta do Avaí referente ao título estadual de 1975. A conquista completa 40 anos nesta segunda-feira, dia 17.
O lançamento ocorreu na Avaí Store e contou com a presença de ídolos da época> Jaíco, Sabará, João Carlos, Veneza e Balduíno. O presidente Nilton Macedo Machado também participou do evento e vestiu a camisa retrô. “É um prazer estar com todos estes jogadores do passado e relembrar esta grande conquista do Avaí na década de 70. Eu me lembro muito bem da decisão que foi histórica”, afirmou o presidente.
A camisa está à venda na loja por R$130,00. Os sócios tem 10% de desconto na compra.
A final de 1975
Na década de 1970, após anos de dominação dos times do interior, Avaí e Figueirense recuperaram a supremacia do futebol regional. O Figueirense levou o título de 1972 e 1974, enquanto o Avaí foi campeão em 1973 e 1975.
O Avaí, que havia perdido a decisão para o Figueirense em 1972, viu na final de 1975 a chance da tão esperada revanche. O primeiro jogo terminou em 3 a 2 para o Figueirense. Quando tudo parecia perdido, o Leão venceu o segundo jogo com um sonoro 3 a 0, com destaque para o habilidoso Zenon. A melhor de três foi disputada no Estádio Orlando Scarpelli, sede do dono da melhor campanha na competição.
A decisão
O jogo começa e o espetáculo é comandado pela torcida, que ocupa cada milímetro das arquibancadas. O primeiro tempo foi um duelo tático, com muita marcação e alguma violência. Na segunda etapa, o Avaí foi mais uma vez comandado pelo maestro Zenon, que chegou a marcar um gol, anulado pelo bandeirinha Dalmo Bozzano.
Um torcedor mais exaltado atirou um pilha de rádio na cabeça de Bozzano, que foi retirado de campo ensanguentado e substituído por Pedro Zimmer. O jogo recomeçou e o Avaí continuou com as rédeas da partida, sendo importunado apenas pelos perigosos ataques de Toninho, em tarde inspirada. O Leão havia perdido o jogador no início do ano por ter perdido o prazo para renovar o seu contrato e agora, no Figueirense, Toninho queria mostrar trabalho contra o ex-clube.
Ciente do perigo representado por Toninho, Áureo Malinverni havia descoberto o antídoto: sacou o zagueiro Ari Prudente, mais técnico, do time titular. Em seu lugar, deu a missão da vida do soldado Maneca neutralizar Toninho. Missão dada, missão cumprida.
Com o principal jogador adversário anulado por Maneca, restava ao Avaí jogar o seu melhor futebol, o que invariavelmente começava pelos pés de Zenon. Aos 33 minutos, após um cruzamento perfeito de Zenon, Juti marcou de cabeça o gol que continua na memória do futebol de Florianópolis. Quem o assistiu, há quatro décadas ainda guarda na lembrança aquele lance em detalhes.
Zenon, pela direita, driblou Luís Éverton. Encarou a marcação de Orcina e Casagrande e passou pelos dois, deixando-os sentados no gramado. Seguiu até a linha de fundo e cruzou alto para Juti cabecear para o gol de Vanderlei.
A foto que estampou a capa do jornal o Estado no dia seguinte ao jogo captou o momento em que a pelota saía da cabeça de Juti em direção as redes. Não havia mais nada a dizer: É o Avaí.
Ficha da Partida:
17/08/1975 – Figueirense 0 x 1 Avaí
Local: Estádio Orlando Scarpelli.
Competição: Campeonato Catarinense.
FIGUEIRENSE (0) – Vanderlei; Pinga, Almeida, Orcina e Casagrande; Sérgio Lopes, Moacir e Lico (Letieri); Marcos; Toninho e Luís Éverton. Técnico: Lauro Búrigo
AVAÍ (1) – Danilo; Souza, Maneca, Veneza e Orivaldo; Lourival; Balduíno e Zenon; Carlos (Ademir), Juti e Vado. Técnico: Áureo Malinverni
Arbitragem: José Carlos Bezerra, auxiliado por Dalmo Bozzano (Pedro Zimmer) e Roldão Borja.
Renda: Cr$ 213.980,00.
Público: Não divulgado na fonte consultada
Fonte: http://www.memoriaavaiana.com.br/avai-e-campeao-no-scarpelli-1975/