Um par de chuteiras, um de tornozeleiras, um de joelheiras, um meião e um calção. Assim soltas essas peças parecem ser triviais, ainda mais em um clube de futebol. Porém, especificamente essas que foram recebidas para o Memorial do Avaí Futebol Clube contêm muitas histórias e uma importância especial para o clube.
Nesta quinta-feira (3), Claudio Giovanni da Silva esteve na Ressacada doando essas peças que pertenceram a Osni Gonçalves, o Nizeta, ídolo do Avaí como jogador e treinador. “Representando a minha família e os filhos do Nizeta, Maria José, Tereza Bittencourt, Catarina, Maria da Graça e Vilmar Gonçalves*, trouxe os pertences da despedida do Estádio Adolfo Konder, da festa comemorativa lá em 1983. Eles estavam comigo desde então e o meu avô deve estar muito feliz por estarem retornando à casa dele”, relata Cláudio.
Como atleta, Nizeta atuou em 258 partidas, o que o coloca entre os 10 jogadores que mais atuaram pelo Leão. Foram 171 gols, sendo com isso o segundo maior artilheiro da história do clube, atrás de Saul Oliveira, que tem 203. Atuou entre 1938 a 1952. Depois de pendurar as chuteiras, foi técnico do Leão por diversas oportunidades entre os anos de 1952 a 1961 tendo comandado o Avaí em 149 partidas, sendo o 5º técnico que mais dirigiu o clube e o aquele com o melhor aproveitamento de pontos entre os 10 primeiros, com 58,51%.
“Essa doação é muito importante e significativa para o Memorial. Recebemos fotos e documentos, mas sempre que são doados objetos nós ficamos duplamente contentes pois é um material que pode ficar em exposição. Ainda mais vindo de alguém tão importante para a história do clube e que fez praticamente de tudo aqui no Avaí”, comenta Spyros Apóstolo Diamantaras, coordenador do projeto Memorial do Avaí.
* O nome do quinto filho foi incluído a pedido do entrevistado após a publicação do texto.
