Em reunião extraordinária, Conselho Deliberativo forma comissão para discutir novas soluções para o clube

Postado por: avai.abstrato.ventures

Foto: Rafael Xavier / Avaí FC


Nesta quinta-feira (10), o Conselho Deliberativo do Avaí Futebol Clube se reuniu extraordinariamente no refeitório da Ressacada. Em pauta: Leitura e aprovação da ata da reunião anterior; Análise e Deliberação de novo Regimento Interno do Conselho Deliberativo; Debates acerca do momento desportivo com a presença de integrantes da Diretoria Executiva do Avaí Futebol Clube; Criação de Comissão para estudos sobre alternativas econômico-financeiras para o Avaí Futebol Clube; Formalização de canal para registro de sugestões por parte dos Conselheiros acerca das festividades do centenário do clube; e Assuntos gerais.

Por solicitação do presidente da Mesa do Conselho, foi antecipada a pauta Formalização de canal para registro de sugestões por parte dos Conselheiros acerca das festividades do centenário do clube. O gerente de patrimônio do Avaí e presidente da Comissão do Centenário, Luciano Corrêa, apresentou o conceito e as ações programadas para as festividades do centenário do clube, em setembro de 2023. Luciano colocou o endereço de e-mail administracao@avai.com.br como canal para recepção de sugestões.

Na sequência, foi iniciada a apresentação do item de pauta Análise e Deliberação de novo Regimento Interno do Conselho Deliberativo. A comissão temporária que tratou desse assunto foi composta pelos conselheiros Alexandre Lapagesse da Silveira, Fernando Porto Martins, Gilson Kremer, Laerte Alves Setúbal e Rafael Ribeiro de Carvalho. Os conselheiros receberam a minuta do documento por e-mail previamente. Após algumas sugestões dos conselheiros presentes, foram corrigidos ajustes de redação e análise de conformidade com alguns artigos do Estatuto do Clube e depois colocado em aprovação no pleno. Os conselheiros aprovaram o texto por unanimidade, que será disponibilizado assim que as correções forem feitas.

No item Debates acerca do momento desportivo com a presença de integrantes da Diretoria Executiva do Avaí Futebol Clube, o vice-presidente do Avaí, Bruno Comicholi, que assumiu as funções de executivo após a saída do profissional que ocupava o cargo, fez um panorama do ano esportivo do clube. O vice-presidente lamentou os resultados de campo obtidos no ano e assumiu, em nome da diretoria executiva, as responsabilidades desses resultados. Também relatou a visão da gestão sobre os contextos do ano. O vice-presidente, porém, ressaltou alguns pontos positivos que ficaram do ano, como a melhoria nos processos, que visam dar resultados no médio-longo prazo, bem como a manutenção de uma base para o início da montagem do elenco para o ano de 2023.

Explicou a criação do departamento de mercado, como grande agente de responsabilidade pelo levantamento de informações sobre os atletas observados. Com isso, acontece a formação de uma base de dados para observação de atletas. A expectativa é a redução de erros no âmbito das contratações. Também colocou como ponto positivo a criação de um departamento de performance e saúde. O vice-presidente acrescentou que o pagamento de 20 milhões de reais em dívidas de curto prazo, que se não pagas inviabilizam o dia a dia do clube, prejudica o investimento em futebol, mas reforçou que isso não se trata de desculpas para os resultados obtidos. Bruno reforçou que os esforços no campo financeiro eram necessários, o que coloca o clube em atual estágio de reestruturação. Segundo o vice-presidente, o nível de endividamento praticado anteriormente estava levando o clube à insolvência e que precisava ser interrompido.

Foram feitos questionamentos, por parte do conselheiro Gregor Goedert, com relação a questões tributárias em falas feitas pelo presidente Júlio Heerdt em recente entrevista. O vice-presidente informou que as dívidas no âmbito fiscal e trabalhista têm suas peculiaridades e, por isso, por vezes o valor real pode ser diferente a depender do viés olhado no momento. O conselheiro também fez referência à demissão do executivo de futebol, Jorge Macedo. Segundo Gregor, que também falou em nome da torcida organizada, o presidente deveria ter confiado na palavra da organizada e não respondido a um jornalista que não era verdade o evento ocorrido em Fortaleza. O vice-presidente assumiu para si a questão e informou que o presidente irá tratar e conversar com a torcida em momento oportuno.

Na sequência, o conselheiro Hugo Dietrich questionou o vice-presidente sobre, na avaliação dele, quais foram os principais erros. Bruno avaliou como o rendimento de algumas contratações, bem algumas trocas no comando que acabaram não surtindo efeito. Porém, a gestão entende que as decisões foram tomadas com as informações à época e que o aprendizado foi feito. Na sequência, o conselheiro Arthur Domingos de Abreu perguntou sobre o planejamento para 2023. O vice-presidente confirmou a reapresentação dos atletas em 15 de dezembro, com início da preparação para o estadual fazendo a pré-temporada na Ressacada. Para a Série B, Bruno estima uma folha salarial na casa dos 900 mil reais. O conselheiro José Carlos Silva Júnior perguntou sobre os investimentos no futebol, cuja folha salarial, explicada pelo vice-presidente, esteve na casa de 1.8 milhão a 2 milhões de reais. Na sequência, o conselheiro questionou sobre o número de contratações, mesmo com menor orçamento, que, na visão dele, foi em número alto. Bruno explicou falando sobre como o Avaí atua no mercado, desvantagem financeira, e que isso leva o clube a ser menos competitivo no mercado de contratação de atletas.

O conselheiro Narbal Silva questionou o vice-presidente sobre as contratações dos executivos de futebol e seus impactos ao longo do ano, bem como os legados deixados por eles. Bruno explicou que a primeira saída foi por iniciativa do profissional, que pagou sua multa e saiu do clube. Porém, ressaltou que o profissional iniciou a criação de muitos processos utilizados no clube, bem como a reestruturação do departamento de futebol. O conselheiro Rhamsés Massar Camisão perguntou ao vice-presidente, Bruno Comicholi, sobre a apuração de responsabilidades da rejeição das contas do ano anterior. O vice-presidente disse que entende os prejuízos ao andamento de 2022 em razão da dívida histórica do clube. Porém, se ateve ao regimento, que prevê essa análise e continuidade como algo que concede ao Conselho Deliberativo, prezando pela separação dos poderes do clube.

Na pauta Criação de Comissão para estudos sobre alternativas econômico-financeiras para o Avaí Futebol Clube, o presidente do Conselho Deliberativo do Avaí, Luciano Kowalski, chamou o conselheiro e advogado Tullo Cavallazzi Filho, que milita há muitos anos no direito esportivo, para explicar sobre as mais modernas práticas de financiamento do futebol brasileiro, bem como traçar um raio-x das dívidas do clube. O advogado citou as três ações em andamento para a quitação do passivo, como o Regime Concentrado de Execuções (RCE), que reuniu todas as dívidas cíveis após apresentação do plano de pagamentos na qual o clube pretende destinar 3% de suas receitas líquidas. Na mesma linha, mas já em vigor, está o Ato Trabalhista, que vigora desde 2014 e recebeu a mesma proposta, porém, o Avaí já está comprometido com o pagamento de 15% das receitas para quitação desse montante. Por fim, a proposta de destinação de 2% para a quitação dos passivos fiscais, que compreendem a maior parte da dívida do clube. Com isso, o plano de destino de 20% das receitas para a resolução da questão financeira do clube.

Na sequência, o vice-presidente do Conselho, Bernardo Pessi, explicou a intenção da pauta, em discutir, analisar e propor soluções para os problemas financeiros do clube, atuando nas novas possibilidades de financiamento e de soluções para o clube em nível estratégico. Com isso, a ideia de criar uma comissão para isso com os conselheiros. A comissão foi composta pelos seguintes conselheiros: Gilson Kremer, Fernando Porto Martins, Gregor Goedert de Oliveira, José Carlos da Silva Junior e Gustavo Tremel do Valle Pereira.

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