Chegou a hora de homenagear o município de Rio Fortuna, localizado na região Sul do Estado. A homenagem será nesta sexta-feira, dia 7, diante do Joinville, na Ressacada. A cidade que completa 55 anos no próximo dia 21 de junho.
A história de Rio Fortuna
Cercada por belos vales e montanhas, ao pé da Serra Geral, a pequena Rio Fortuna fica a cerca 200 quilômetros (via BR-101) da capital, Florianópolis. Sua população (de 4.446 habitantes, conforme dados do Censo 2010) vive, em grande maioria, nas áreas rurais. Rio Fortuna, no final da década de 90, foi destaque nacional pelo alto índice de longevidade e baixa mortalidade infantil.
A cidade é conhecida por sua diversificação agrícola, com o cultivo de fumo, madeiras (eucalipto) e a criação de peixes, suínos e gado. Na economia, a cidade é destaque no setor leiteiro, desde a produção do leite até o processamento da matéria-prima, transformada em queijos, bebidas lácteas, doce-de-leite, entre outros. Na indústria também é forte a presença do setor de madeiras e fabricação de móveis. Nos últimos anos, deu-se início à utilização das águas dos rios para produção de energia. Somente às margens do rio Braço do Norte, que corta a cidade, são três Pequenas Centrais Elétricas (PCHs) construídas. A maior delas, de propriedade da Eletrosul, tem capacidade para produzir 15,15 megawatts.
Rio Fortuna possui ainda inúmeros pontos turísticos não explorados. São fontes de águas termais, cachoeiras, rios e belos montes e montanhas. Dos pontos mais altos da cidade, é possível avistar os paredões da Serra Geral. Belezas que encantam aos olhos de quem as vê, mas que ainda não oferecem acesso facilitado, nem estrutura adequada.
Com forte presença de católicos, a cidade tem como principal evento a tradicional Festa do Padroeiro São Marcos, realizada no final de abril, que recebe visitantes de todo estado, atraídos pela hospitalidade dos moradores, pela saborosa gastronomia e pelo motocross, que em 2013 voltou a estar na programação do evento.
A cada dois anos, em agosto, a cidade também realiza a Expofortuna, uma feira/exposição que tem como objetivo mostrar aquilo que a cidade produz de melhor. Intercalado com a Expofortuna, ocorre a festa alemã da cidade, a Gemeindefest (ou, Festa das Comunidades), programada para novembro de 2013, oportunidade em que se resgata os costumes e tradições dos primeiros colonizadores destas terras.
A colonização das terras que hoje pertencem à Rio Fortuna iniciou por volta do ano de 1892, com filhos de imigrantes vindos, em grande maioria, de São Bonifácio. Em menor quantia, vieram de Anitápolis, Teresópolis, Tubarão e São Pedro do Sul (atual Armazém). Ao chegarem nas terras de Rio Fortuna, os pioneiros da colonização se depararam com outros habitantes: os índios. Pertencentes a tribo Xöklen, foram os primeiros moradores do município.
Os primeiros colonizadores se estabeleceram nas regiões que hoje pertencem ao perímetro urbano de Rio Fortuna, mais especificamente no local conhecido como Encruzo (Rua Padre Auling com Augusto Ricken). O desbravamento do interior ocorreu apenas mais tarde. Uma das primeiras comunidades a receber descendentes de alemães foi o São Maurício (na divisa com Braço do Norte), e Rio Bravo Baixo. O povoamento de Rio Café, Rio Pinto e Rio Branco iniciou no final do século XIX (1898), assim como o Alto Rio Fortuna (1900). Já as demais comunidades começaram a ser habitadas apenas no início do século XX: Rio Claro (1914), Rio Chapéu (1920), Barra do Rio Chapéu (1920), Rio Facão (1920) e Rio dos Bugres (1921).
Origem do nome
Juntamente com os imigrantes que vieram colonizar a região de Rio Fortuna, também se encontravam açorianos. Vindos de São Pedro do Capivari, estes desbravadores tinham na caça, abundante na região, seu sustento. Conta-se que foi em uma dessas caçadas que teve origem o nome da cidade.
Na época, topógrafos da Empresa de Terras e Colonização estavam na região para demarcar as terras para os colonos. Com o auxílio de caçadores, os topógrafos mataram duas antas. Os animais caíram no rio, que até então não tinha denominação. Diante da façanha, os caçadores exclamaram: Glückfluss (Que Fortuna! Rio da Sorte). Assim o rio recebeu o nome de Fortuna que posteriormente seria o nome da cidade.
*Informações extraídas do Livro: “Rio Fortuna: Nossa Terra, Nossa Gente” (Recorde: 1997), de autoria de Roberto João Tenfen.