O preparador físico do Avaí, professor Jaelson Ortiz, vem realizando atualmente no clube um trabalho diferente daqueles que já desenvolveu desde que iniciou nas categorias de base em 2011, em nova realidade provocada pela pandemia do coronavírus.
Iniciar a preparação da equipe com o isolamento social, ministrando os treinamentos à distância, de forma online, é um momento jamais imaginado por este profissional, que ano passado completou seu doutorado em Ciências do Esporte, pela Universidade Federal de Santa Catarina.
A semana terminou com a realização de trabalhos diários, importante nesta largada após as férias durante a pandemia do coronavírus, onde os atletas estão confinados em suas residências, aguardando autorização para treinarem nos locais do clube, no Centro de Formação de Atleta (CFA) e no próprio Estádio da Ressacada, seguindo as restrições do Protocolo elaborado pelo médico Luís Fernando Funchal, chefe do Departamento Médico do Avaí.
“Conseguimos desenvolver ao longo da semana todos os aspectos necessários para um jogador profissional relacionado à parte física. Infelizmente não temos trabalhos com bola e nem a parte tática, trabalho com o grupo. O foco neste momento precisa ser direcionado para o ganho que a parte física pode oferecer a estes atletas”, destacou.
Ao longo da semana, segundo Jaelson, a equipe de preparação física do Avaí procurou focar em ações com trabalho de força e desenvolvimento geral do atleta, com introdução do treinamento funcional, buscando qualidade do movimento sem peso corporal.
“Focamos também em resistência de velocidade. E neste caso, trabalho que precisa ser feito em espaço mais aberto. Os atletas procuraram local onde pudessem manter o isolamento e desenvolver a velocidade. Trabalho de potência, onde a gente usou implementos que buscassem essas ações, tão importante para o futebol, e treinamento de corrida onde pudessem utilizar a potência aeróbia”, acrescentou.
Ainda dentro da avaliação, outro aspecto importante a saber: “Os atletas nos dois primeiros dias, foram divididos em grupos, profissionais se organizaram para que os atletas pudessem fazer a reavaliação de força isocinética. Objetivo foi identificar o nível de força e os possíveis desequilíbrios musculares. Com um período de ausência de treino mais sistemático por 40 dias, normal que se tenha uma perda de força. Então os testes isocinéticos foram importantes para identificar este desequilíbrios. Já tivemos os resultados e estamos analisando os dados para ver que atletas estão precisando de um acompanhamento mais específico”.
Para os próximos treinamentos, o objetivo será desenvolver a parte física, e progredir, atingindo um patamar além do que foi alcançado nesta primeira semana. “Algumas ações novas devemos implementar nesta semana, principalmente o trabalho com eventuais desequilíbrios. Atletas que farão trabalho à parte dos treinos regulares, para suprirem esta deficiência. A comunicação é importante para ajudar nesta retomada”, emendou.
Para finalizar, destaca Jaelson, outro aspecto fundamental da preparação para toda a comissão é atacar de forma consistente o aspecto socioafetivo entre os atletas. “Melhorar a comunicação entre eles. Potencializar isso de forma positiva, que faça com que os atletas estejam cada vez mais motivados para avançar no trabalho. Isso será fundamental para otimizar esta relação sensacional entre cada atleta. Fazer com que eles estejam cada vez mais motivados para o cumprimento das metas do clube. Esse caráter socioafetivo é extremamente importante. Os atletas se relacionando bem e entenderem onde cada um pode ajudar, enquanto aguardam a liberação para treinar no ambiente do clube”, completou.