A manhã desta quarta-feira (4) foi de emoção no Estádio da Ressacada. Na verdade, de um misto de emoções. O zagueiro Betão anunciou sua aposentadoria do futebol após mais de 20 anos de carreira profissional e aos 38 anos de idade. Pelo Avaí, foram 271 jogos, desde 2016, e um gol marcado. Três acessos e dois títulos catarinenses também marcaram a passagem do zagueiro pelo clube, além do amor pela cidade, suas raízes e pelo Leão.
“Não termino esse ciclo de uma maneira melancólica, mas de um jeito consciente, alegre, feliz, pois Deus permitiu que eu fosse muito além do que, muitas vezes, a minha capacidade permitia. Eu pude jogar nos melhores estádios do mundo, nos melhores países, contra os melhores jogadores, disputei os melhores campeonatos do mundo. Então, eu me sinto muito realizado profissionalmente”, comentou Betão.
Betão completa falando o que queria quando aceitou vestir a camisa do Avaí e sobre o sentimento que fica ao encerrar a carreira de atleta no clube. “Falando do Avaí, eu termino esse ciclo com o sentimento de dever cumprido. Não é só sobre vitórias ou derrotas, mas é sobre um legado. E quando eu cheguei aqui no Avaí eu tinha esse propósito, de deixar um legado. Deixar para as pessoas a mensagem de que pude dignificar a profissão”, disse.
Mas o que seria um sentimento de tristeza, pelo encerramento da passagem de um dois maiores ídolos da história do clube dentro de campo, ganhou também a companhia da alegria, ao saber que o agora gestor Ebert Amâncio continua no clube, agora como coordenador técnico nas categorias de base.
“É um desafio grande, uma responsabilidade enorme. Mas é o que eu digo sempre: se você não cuidar da semente o fruto não vai ser bom. E trabalhar em categoria de base é isso, a gente tem que cuidar bem da semente, cuidar da ‘plantinha’ que está nascendo, para que gere bons frutos. E o Avaí tem um potencial enorme para isso e foi por isso que eu aceitei esse desafio”, revela.
Agraciado com o título de cidadão honorário de Florianópolis, em 2019, Betão conta de sua paixão pela cidade e de como foi acolhido na cidade dos manezinhos. “Eu criei raízes aqui, isso é fato. Venho de São Paulo, uma cidade que é uma loucura, e quando chego aqui conheço essa tranquilidade. Meus filhos se adaptaram bem aos colégios, minha esposa se adaptou bem à cidade, eu me sinto muito em casa quando ando pelas ruas e só saio de Florianópolis… nem sei quando”, completa.
Confira a coletiva completa:
A TV Avaí produziu o documentário “B3TÃO”, disponível no canal do clube no youtube. A produção é de Thiago Kauê e Leandro Boeira. Confira o material: