Hoje faz 30 anos da morte do músico e compositor Luiz Henrique Rosa, o autor da melodia do hino oficial do Avaí Futebol Clube. Ele nos deixou em 9 de julho de 1985 quando completaria 25 anos de carreira, aos 46 anos de idade, vítima de um acidente automobilístico.
O hino do Avaí tem música de Luiz Henrique Rosa e letra de Fernando Bastos. Os dois criaram a canção em 1971. Na mesma noite, pegaram o violão e partiram para o estúdio da já extinta Rádio Jornal A Verdade de Florianópolis e apresentaram-na no programa “Zero Hora Esportiva”. Após isso, foi feita a primeira gravação do hino com 1.500 discos produzidos.
Novo site com discografia e biografia
Será que Vinícius de Moraes errou quando disse que “existe um gênio internacional em Luiz Henrique”, Ed Motta exagerou ao afirmar que “Luiz Henrique é parte da história da Bossa Nova” ou Liza Minnelli não sabia o que estava falando quando afirmou que “era fã do músico catarinense”? Mesmo tanto tempo depois de sua morte, permanece o enigma: como é possível um artista com tamanha projeção internacional ser tão pouco conhecido em sua própria terra?
Seria mais um exemplo do dito popular “santo de casa não faz milagre”, não fosse por um detalhe: a música de Luiz Henrique nunca esteve à disposição de seus conterrâneos. Neste dia 9 de julho, data em que a morte de Luiz Henrique faz 30 anos, os herdeiros do artista estão lançando o seu site oficial (www.luizhenriquerosa.com), com a discografia completa e muita informação.
— O intuito com o site é tornar acessível toda a obra do meu pai, assim a nova geração também poderá conhecê-la. Seria muito bom se os músicos da terra colocassem canções dele no repertório, pois é uma obra riquíssima que merece estar viva não somente nos discos do autor, mas também na boca e no coração de seus conterrâneos — diz o filho do cantor e compositor, Raulino Rosa, na esperança de que a música de Luiz Henrique seja absorvida e admirada pelas novas gerações.
História
Luiz Henrique Rosa nasceu em 25 de novembro de 1938, na cidade de Tubarão, no sul do Estado de Santa Catarina. Seus pais Raulino e Alice Rosa, moravam em Imbituba, cidade que não possuía maternidade, assim tiveram que ir à Tubarão para Luiz nascer. Começou a desenvolver sua habilidade musical tocando intrumentos de percussão, até que aos 18 anos, quando vivia em São José, ganhou um violão de seu pai e não parou mais.
Em 1960 o pianista gaúcho Norberto Baldauf convidou-o a fazer parte do seu conjunto, do qual também fora integrante a consagrada Elis Regina, antes de despontar para o estrelato. Foi em um disco de Norberto que Luiz Henrique teve a primeira música gravada, intitulada: “Se o amor é isso”, uma parceria com Claudio Alvim Barbosa (Zininho).
Em 1961 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se apresentou em diversos nightclubs, no célebre Beco das Garrafas, em Copacabana, e onde também gravou seu primeiro disco. Um compacto com duas músicas: “Garota da rua da praia” e “Se o amor é isso”, composições em parceria com Cláudio Alvim Barbosa (Zininho).
Em 1963 quando gravou seu primeiro Lp: “A Bossa Moderna de Luiz Henrique, conquistou as paradas de sucesso em todo o país com as canções: “Sambou, sambou”, “No balanço do mar” e “Vou andar por aí”.
Em 1965 no auge da bossa nova no Brasil, Luiz Henrique parte para os Estados Unidos, na onda dos brasileiros que estavam fazendo a vida por lá. Em Nova York, conviveu com grandes músicos norte-americanos como Stan Getz, Oscar Brown Jr., Billy Butterfield, Bobby Hacket, entre outros. E com muitos brasileiros como Sivuca, Hermeto Pascoal, Hollywood.
Em 1979 projetando um novo LP, gravou em Curitiba faixas inéditas e na mesma ocasião concedeu uma entrevista histórica que foi publicada somente 35 anos após a sua gravação.
Durante um período no exterior, Luiz Henrique conheceu a atriz e cantora Liza Minelli. A forte amizade entre os dois trouxe a estrela para Florianópolis no carnaval de 1979, a convite dele. O músico permaneceu nos EUA até dezembro de 1971, quando então voltou à sua amada Ilha.