O Avaí Futebol Clube está se inserindo na luta por uma das causas mais angustiantes da atualidade no país: o desaparecimento de crianças e adolescentes. A partir de agora, o clube abrirá espaço para a campanha.
As entidades que lidam com o tema acreditam que a divulgação massiva das imagens das crianças e adolescentes não só contribuem na sua localização, mas também servem de alerta para que pais e crianças fiquem mais atentos, evitando que novos casos aconteçam. Uma tarefa gigantesca. Afinal, a cada ano são registrados 40 mil novos desaparecimentos nas delegacias do país. Boa parte dos casos tem solução rápida, mas algo entre 10% e 15% permanecem sem respostas durante longos períodos. E muitas vezes sequer são resolvidos.
Em Santa Catarina, o Portal da Esperança SOS Criança, dirigido por Gerson Rumayor, tem como objetivo coibir toda e qualquer forma de violência contra crianças e, especialmente, prevenir o desaparecimento de meninos e meninas. Depois de oito anos desenvolvendo um trabalho de conscientização, com visitas a 800 escolas de diferentes municípios e palestras aplicadas a mais de 500 mil estudantes, em 19 de maio de 2005 o Portal da Esperança passou a atuar como uma Organização Não Governamental (ONG). “É bom pensarmos que muitos casos de desaparecimento de crianças foram evitados com o nosso trabalho.
A prevenção ainda é o melhor caminho no combate à violência. Mas é preciso fazer muito mais”, avisa Rumayor. Única entidade dedicada ao assunto em Santa Catarina, em 2006 o Portal produziu o seu site para oferecer mais uma ferramenta de ajuda aos pais, aos educadores e, principalmente, às crianças e adolescentes. O site traz fotos de crianças desaparecidas, dicas de prevenção à violência, endereços de sites educativos e inúmeros serviços de fácil acesso. Rumayor acredita ser de fundamental importância que as fotos de crianças desaparecidas em Santa Catarina sejam divulgadas em outros estados e vice-versa. “Na maioria das vezes, as crianças nunca ficam no mesmo estado. Principalmente aquelas vítimas de rapto, principal foco do meu trabalho”.
Dia Estadual
No dia 12 de janeiro deste ano foi sancionada a lei que define a data de 18 de março como Dia Estadual da Prevenção ao Desaparecimento de Crianças. A data foi escolhida por ter sido o dia do desaparecimento da menina Elicéia Silveira, em 1995, em Florianópolis. É o caso mais longo de Santa Catarina. Conforme o diretor do Portal da Esperança, esta é uma lei que deve ser divulgada e implementada de fato. “Orientar a criança de forma preventiva, criando um sistema de defesa em torno dela, é primordial”, defende.
Em meados de março também foram apresentados outros projetos do Portal da Esperança, como o tablóide informativo e o projeto “Oficinas da Esperança”. O primeiro trará cadernos dirigidos aos pais e educadores, contendo dicas de prevenção, orientação pedagógica e temas atuais. “Já o Oficinas da Esperança traduz-se em um grande desafio. Nosso propósito é trabalhar com as crianças e adolescentes, formando uma base de cidadania, oportunizando que diversas camadas sociais interajam e integrem-se em trabalhos sociais com o mesmo fim”, adianta Rumayor.
Orientar é PREVENIR
Converse sempre com a criança. Explique que você precisa saber com quem e aonde ela vai estar. Peça que deixe endereço, telefone e o nome de uma pessoa responsável. Determine a hora em que ela deve estar de volta. Quando a criança estiver brincando na rua, procure ficar atento. Compartilhe essa tarefa com seus vizinhos. Ensine que ela nunca deve se afastar de casa sem dizer para onde vai e muito menos sem pedir permissão. A carona ainda é o meio mais comum para o desapa-recimento de crianças. Explique que, mesmo que a criança conheça a pessoa que está oferecendo a carona, só deve aceitar depois de pedir permissão.
Veja o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=iZA0tW-6Pmw